sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Buscando o horizonte



Voar pela imensidão do céu
Sem perder o desejo de estar presa ao chão
Ou aventurar-se pelos mistérios do desbravamento
Sem medo em seu coração
Era seu maior sonho.
Igual aos pássaros
Quis ser livre e voar por rotas indefinidas buscando seu paraíso;
Quis vagar pelas estradas da vida levada pelo vento,
Ora na calmaria da brisa
Ora em meio ao furacão;
Quis sentir os raios do sol aquecendo seu coração.
E quando, com os pés no chão sentir o poder da natureza.
Na realidade da vida quis traçar o seu próprio destino
E sem medo do desconhecido, desbravar novas realidades,
Procurar a felicidade que desde tenra idade sonhou.
Mas com um golpe repentino,
Presa em gaiola se encontrou.
O caminho sonhado se encheu de dor profunda
Deixando fora do alcance a visão do horizonte.
Viu sua esperança se esgotar
Numa prisão de dores, sofrimentos e desilusões constantes.
Sem mais espaço para sonhar
Viu seu corpo cansado, sua mente derrotada e seu espírito descrente.
Sufocada pela rotina,
Sem forças para lutar, ânimo para prosseguir, coragem para enfrentar ou sonhos para sonhar,
Ansiou, já sem esperanças, o brilho do horizonte.
De todas as possibilidades que lhe vinham
Agarrou-se intensamente à única que lhe convinha: FUGIR!
Sem pressa nem receio, espreitando-se pela fresta,
Fugiu.
Agora não tão frágil como a liberdade de um pássaro.
Era forte como árvores do agreste
Presas ao chão, porém resistentes à seca
Mantendo a vida dentro de uma cinzenta aparência.
Belas quando depois de uma boa chuva, mesmo que de verão,
Resplandecem em sua resiliência,
Deixando despontar sua majestade em cheiros, cores e formas estonteantes.
Mas estar bem não lhe bastava, aventurar-se era seu desejo.
O sonho do horizonte não morrera, apenas se fortalecera em luta silenciosa.
Ser árvore não lhe era suficiente, seu instinto explorador lhe saltava.
Quis encontrar o horizonte como o predador à sua presa.
Como mamífero selvagem, enveredou por caminhos inexplorados,
Seguiu por trilhas, matas fechadas, campos abertos...
Em nova estrada chegou, florida e sombreada, onde encantos mil vislumbrou.
E foi nessa nova estrada que o horizonte avistou.
Encheu-se de esperança, de alegria e de vontade de viver intensamente.
Em cada passo dado o encanto se refazia.
O seu eu encarou o desafio,
Seguiu destemida e bravamente, sentindo-se o rei dos animais.
Quis a luz que avistava e sem medo do imprevisto lançou-se à sua sorte.

Maridelza Batista Gomes

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