Sempre quis
escrever sobre tias.
Elas fizeram
parte de minha infância e deixaram muitas lembranças.
Minha história
não é um conto de fadas, é um conto de alegria!
Tive tias de
todo jeito: alegres, bem maluquinhas, travessas e manhosas.
Vaidosas,
metidas e chatas. Tímidas, introvertidas e chorosas.
Uma em
especial: gentil, acolhedora e generosa.
Com ela
aprendi a amar ao próximo e dividir o que tenho,
Cuidar dos
feridos e acolher aos necessitados,
Repulsar as tiranias
e lutar pelos injustiçados.
Entendi que
ter não é virtude nem nos torna mais importantes.
Ser... é a
plenitude.
Sempre
bondosa, sem luxo ou posses,
Embelezava
os dias que com ela eu dividia,
Irradiava graça, paz e alegria.
Nada lhe
sobrava
Pelo
contrário, só o suficiente lhe cabia.
Mas com sua
gentileza, acolhia aos tantos que lhe solicitavam.
Com sua
generosidade plena e um doce olhar ao repartir, transformava o pouco em muito.
Não era a
quantidade que importava,
Mas a doçura
do olhar e a generosidade ao doar.
Com
gentileza acolhia e com destreza repartia.
E com
certeza nunca tinha olhar de frieza, de lonjura, de pressa.
Se a fome
não estivesse na barriga, mas no corpo uma ferida,
Suas mãos
ágeis e de leveza
Traziam a
cura ao doente e dispersavam a dor e a tristeza.
A fome da
alma e do espírito ela também saciava.
Com mão
estendida sempre se encontrava.
E talvez
tanta lembrança possa gerar desconfiança.
Que tia é
essa que não é de todas as crianças?
Se todos a
tivessem, com certeza um mundo melhor existiria.
Sua
existência é real como as verdades descritas.
Afirmo
apenas, que foram as lembranças que vivem em mim
Que
alimentaram as palavras escritas.
Se há
exagero ou fantasia, terão que culpar ao coração
Que guardou
tantos ensinamentos de uma mesma pessoa
E com eles
tamanha admiração.
Tia,
obrigada por sua contribuição.
Maridelza Batista Gomes.
Maridelza Batista Gomes.
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